Para dar um aperitivo em relação à mostra Era uma vez no oeste publicamos aqui um texto do curador da mostra, Eduardo Pereira:

                                                   UMA GRANDE PARCERIA
                                                                                                     Por Eduardo Silva

O diretor americano Anthony Mann e o astro James Stewart firmaram no começo dos anos 50 uma parceria tão boa, que rendeu os cinco filmes de faroestes: Winchester '73 (1950), Bend of the River (1952), The Naked Spur (1953), The Far Country e The Man from Laramie (ambos de 1955), obras que obtiveram o status de obras primas do gênero. Ele conseguiu com muita sensibilidade em cada um desses filmes entrelaça o drama humano de seus personagens com a paisagem desértica e caustica do oeste selvagem, assim, ele conseguia nos revelar um Cowboy que tentava pela primeira vez entender qual era o seu o papel naquele lugar onde as esperanças eram apenas sonhos.

Esse seu trabalho que revolucionou o gênero, começou com o filme Winchester 73 de 1950, onde ele desenvolve um drama que se sustenta na historia de Lin MacAdams (que é interpretado por Stewart) que procura o assassino de seu pai e seu rifle winchester 73 que fora roubada. Mann a partir de um drama aparentemente simples, como o que foi descrito, consegue explicar e justificar porque homens como Lin agem com violência e ao mesmo tempo revelam uma cultura de violência que o americano tem em sua vida cotidiana. Neste filme especifico o diretor faz uma analise profunda e com muita convicção sobre o homem que vivia naquele ambiente desfavorável e a relação que ele tinha com as armas.

A escolha de Stewart por parte de Mann. Deve-se principalmente ao que ele representava, ou seja, ele era a figura do bom moço que passa para o espectador a confiança e a credibilidade que muitos procuram em um tipo como ele. Mas ao mesmo tempo o diretor introjeta nos personagens dele, problemas que o tornam o herói angustiado a procura de soluções. Através deste processo, Stewart humanizou tanto os personagens, por ele interpretado, que ficava difícil de dissociar o personagem dele. O que ajudou muito Mann no desenvolvimento dessa ideia. Foi que antes dele ser diretor, ele teve a experiência de ser ator, e por isso conhecia muito bem os mecanismos da interpretação.

Foi graças a essa grande parceria que começou entre Mann e Stewart, que o filme de Faroeste  se tornou importante para geração de jovens da década de 50. Podemos até dizer que ele sofisticou o gênero e inaugurou o Faroeste realista nas telas de cinema, que fascinava muitas pessoas, graças ao grau de realismo, que os atores passavam para os espectadores.


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