A CIDADE DOS PECADORES
O último filme da mostra dedicada à Michael Madsen é a adaptação fiel de uma obra-prima dos quadrinhos. Sin City, quadrinho publicado pela pequena Dark Horse, foi um grande sucesso editorial, assim como nas telas de cinema. Para falar sobre esta bem-sucedida transposição da linguagem dos quadrinhos para a sétima arte, nada melhor que a opinião de Eduardo Pereira, versado tanto em cinema como em histórias em quadrinhos. Nosso especialista apresenta ao leitor informações sobre o longa dirigido por Robert Rodriguez, queridinho de Quentin Tarantino e amantes da filmografia de temática violenta e trash
Sequência de Sin City, filme exibido amanhã, no encerramento da mostra dedicada ao ator Michael Madsen
Por Eduardo Pereira
Robert Rodrigues e Frank Miller nos apresentam em Sin City não apenas personagens doentios e cruéis. Mas antes de tudo a anatomia de uma cidade que se assemelhar ao inferno...
Robert Rodrigues e Frank Miller nos apresentam em Sin City não apenas personagens doentios e cruéis. Mas antes de tudo a anatomia de uma cidade que se assemelhar ao inferno...
Em
2005, chegava aos cinemas o Filme Sin City (EUA/2005). No Brasil, ele ganhou o
subtítulo de Cidade do Pecado. O filme é inspirado na serie de quadrinhos
criados pelo roteirista/desenhista estadunidense Frank Miller nos anos 90.
Miller ficou mundialmente famoso ao conceber, nos anos 80, a minissérie de luxo
Cavaleiro das Trevas, que por causa de sua narrativa extremamente frenética e
cinematográfica, de um roteiro muito realista e violento, tornou esse trabalho
referência para guiar os rumos do mercado de quadrinhos das duas grandes
editoras de super-heróis:a DC e a MARVEL.
No
inicio dos anos 90, Miller decidiu romper com as grandes editoras por problemas de ordem criativa. E, num rompante criativo, gerou a serie de
quadrinhos Sin City, para editora Dark Horse. diferente do trabalho que havia feito com
Super-Heróis, desta vez ele concebeu, em uma cidade - que Deus sabe aonde fica- chamada
Basin City, as estórias que giram em torno de corrupção, violência, injustiças e
de personagens com personalidades doentias. Com esses elementos Miller começou a
criar roteiros incríveis onde mostrava personagens que buscavam apenas na morte
sua salvação. A série se tornou num sucesso entre a critica
especializada e, principalmente, entre os fãs do trabalho de Miller, que utilizou uma linguagem muito cinematográfica nos planos dos
quadros e um clima Noir enfatizado pela técnica de desenho em preto e branco.
Inicialmente,
quando foi proposto a Miller vender os direitos de Sin City para um estúdio de
cinema hollywoodiano, ele relutou, por conta da sua experiência
frustrante quando roteirizou o filme Robocop II,
no inicio dos anos 90. Só aceitou ceder os direitos autorais de sua
obra ao ver o curta-metragem The Costumer is Always Right, Dirigido por Robert
Rodriguez e adaptado de um pequeno conto em quadrinhos que integra a serie Sin
City. Após ver esse curta-metragem, Miller ficou impressionado e por isso deu
autorização para que fizessem o longa-metragem de seu quadrinho. E esse curta
foi utilizado como abertura do filme e também para convencer os atores que
formaram o elenco principal a participarem dessa produção cinematográfica bem
inusitada.
O
filme não foi baseado em apenas uma estória e sim em três estórias: a primeira
é That
Yellow Bastard, que é mostrada apenas uma parte no começo após a estória
de abertura; logo em seguida, é mostrado completamente The Hard Goodbye, passando depois para The Big Fat Kill, que é também completa; e para finalizar, com a segunda parte de That
Yellow Bastard. Mas o grande protagonista do filme é Basin City. A
direção ficou a cargo de Robert Rodriguez, que a dividiu com Frank Miller.
O filme empregou o uso de câmeras digitais de Alta
definição e foi rodado completamente dentro de estúdios, lembrando assim uma
velha pratica hollywoodiana de filmar utilizada amplamente espaços internos - pelos até
o inicio dos anos 60. E todas as cenas foram feitas tendo os atores atuando em
frente a painéis verdes que permitiam adicionar posteriormente cenários, carros
e outros elementos para garantir a narratividade que os quadrinhos garantiam. Com
isso o filme se tornou um dos poucos live actions completamente digitais.
O filme foi filmado em cores e depois colocado em escala em preto e branco de
alta qualidade que permitia deixar em destaque certas cores que aparecem nesta
paleta em preto e branco.
Sin
City se tornou um longa que inaugurou uma nova linguagem gráfica no cinema
mundial e foi modelo para outros filmes
que foram feitos depois.Mas o que chamou atenção neste filme foi com certeza a
adaptação total em termos de ação, ritmo e principalmente de designer total do
quadrinho, ou seja, o filme não é baseado no quadrinho e sim é o próprio
quadrinho.
Caro Eduardo, valeu pelo comentário....
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