Memória: 10 ANOS SEM CHARLES BRONSON

No próximo dia 30 de agosto completam-se os dez anos do falecimento do ator norte-americano de origem lituana Charles Dennis Buchinsky, mais conhecido por Charles Bronson, o inesquecível protagonista da sequência Desejo de Matar. Quem nunca assistiu, ou pelo menos riu consigo próprio, quando a Globo, nas suas (saudosas) noites de domingo, reprisou mais um dos vários filmes protagonizados pelo eterno durão do cinema de muita bala e pouco papo, não sabe o que perdeu. Charles encarnou como poucos a figura fascinante do justiceiro e tem sua trajetória relembrada no nosso blog, em texto assinado por Eduardo Pereira


Charles Bronson: o eterno durão dos filmes de ação


A trajetória de Charles Bronson (nascido Charles Dennis Buchinsky) começou na década de 1950, em papéis tão modestos que nem eram dignos de figurar nos créditos. Na década seguinte, o ator começou a se destacar em filmes como Robur, o conquistador (Master of the world, EUA, 1961), Fugindo do inferno (The great escape, EUA, 1961) e Os doze condenados (The dirty dozen, EUA, 1967). Em 1968, o descendente de lituanos se mudou para a Europa, junto com outros atores de cinema de ação, onde trabalhou em produções como Era uma vez no oeste (C'era una volta il west, ITA, 1968), Adeus, amigo (Adieu l'ami, FRA, 1968) e muitas outras produções que fizeram imenso sucesso no velho mundo. Essa fase européia foi fundamental nos rumos da sua carreira nas décadas seguintes.

Em 1973, Charles decidiu retornar aos Estados Unidos, quando foi convidado pelo então jovem diretor Michael Winner para protagonizar o filme Desejo de matar (Death wish, EUA, 1974), baseado no romance homônimo de Brian Garfield. O longa contava a estória de Paul Kersey (Charles Bronson), um pacato arquiteto nova-iorquino que tem a mulher assassinada e a filha estuprada por três bandidos, fato que o transforma num "vigilante", perseguindo e matando criminosos nas ruas à noite. Com o sucesso do filme, Charles foi alçado à categoria de superstar, tornando-se um dos atores mais requisitados da década de 1970. Desejo de matar teve quatro sequências, que nunca atingiram o sucesso do original, mas renderam bem nas bilheterias.

Na segunda metade dos anos 1970, Bronson já era um dos atores mais bem-pagos do cinema americano, quase sempre atuando como alguém que buscava fazer justiça com as próprias mãos. Este estereótipo o seguiu durante todo o resto da sua carreira. Os filmes violentos que ele protagonizou foram fundamentais para que a indústria do entretenimento dos Estados Unidos investisse muito dinheiro em produções do gênero, o qual se afirmaria com maior força na década de 1980, onde filmes que mostravam verdadeiras carnificinas tornavam-se campeões de bilheteria. 

Com a chegada dos anos 1990, a carreira de Charles entrou em franca decadência, juntamente com os filmes de ação. Os convites para o cinema escassearam e Bronson começou a trabalhar em telefilmes, onde conseguiu sobreviver ate sua morte, em 30 de agosto de 2003, em Los Angeles, aos 82 anos. Entretanto, mesmo passados 10 anos do seu falecimento, o mito do "homem de poucas palavras e muita ação" fixou-se na mente daqueles que assistiram aos seus filmes. 

Eduardo Pereira 

Comentários

  1. Eduardo, lembro realmente do ator, da sua fama e da de seus personagens, porém não tive oportunidade de assistir a nenhum de seus filme.
    A par disso, que tal o "24 Quadros" trabalhar uma amostra sobre esse ator ou, quem sabe, exibir um dos seus filmes?
    Valeu...

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