SAUDAÇÕES: O CARTÃO DE VISITAS DE ROBERT DE NIRO
Em 1965, o
ainda jovem e desconhecido Ator Robert De Niro começava a trabalhar no segundo
filme de sua carreira, que foi intitulado Saudações
(Greetings,
EUA, 1965), o qual foi dirigido por Brian De Palma em sua primeira
experiência como diretor.
O enredo do
longa gira em torno da estória de três jovens nova-iorquinos que são convocados
(ou forçados) pelo exercito americano para lutar no Vietnã. Entretanto, um dos
jovens decide que não quer servir aos interesses do governo americano e tenta,
com ajuda dos amigos, encontrar uma solução para que isto não aconteça. Os
personagens são vividos pelos atores Jonathan Warden (Paul Shaw), Gerritt
Graham (Lloyd Cray) e Robert De Niro (Jon Rubin). Este é o primeiro papel
principal de Robert no cinema. Na realidade, o filme tenta mostrar, a partir da
vida das personagens principais, o turbilhão de problemas que os jovens da
sociedade estadunidense viviam por causa de uma guerra sem sentido, os quais se
expressavam na forma de uma paranóia onde sexo, violência e tragédia traçavam o
horizonte sem perspectivas da juventude estadunidense dos anos 1960.
De Niro em Saudações: seu primeiro protagonista
O filme foi lançado oficialmente no circuito de cinemas dos Estados Unidos no ano de 1968, com um relativo sucesso perante o público local. Alem de dirigir, De Palma montou o filme e foi co-roteirista, juntamente com Charles Hirsch – que também era produtor. No ano seguinte ao seu lançamento, o filme foi premiado com o Urso de Prata no Festival Internacional de Berlim e considerado pelos críticos europeus como sendo o filme americano que se assemelhava a Masculino-Feminino (Masculin, Feminin, França, 1966), do cineasta frances Jean-Luc Godard. Segundo Brian De Palma, a película de Godard foi utilizada como modelo para Saudações. Mas também podemos ver no filme sua outra grande influência: o suspense à la Hitchcock, que seria marcante em sua produção posterior para os grandes estúdios Hollywoodianos.
Saudações
custou a bagatela de U$$ 43 mil, sendo U$$ 20 mil oriundos de recursos de Charles
Hirsch e os outros U$$ 23 mil vindos de um empréstimo bancário. Mesmo sendo
considerado um filme underground
experimental (que coisa, né?) conseguiu arrecadar U$$ 150 mil. Uma grande
proeza para um filme feito por pessoas muito jovens e inexperientes.
Para De Niro,
o filme se tornou importante porque nele o ator criou um método por ele
denominou como improvisação controlada, no qual ele procurava incorporar
totalmente a personagem que interpretava, tanto na linguagem corporal como na
emocional, não precisando com isso decorar textos e sim criar em cima das
situações descritas no roteiro. Tal método possivelmente é tributário das aulas
de interpretação que De Niro teve com Stella Adler que lhe apresentou o chamado
Method Acting (na verdade o método criado pelo russo Stalislawski) que era empregado por atores como Marlon Brando e Motgomery
Clift, os quais, diferentemente de outros atores de cinema norte-americanos,
conseguiam interpretar tão bem seus papeis que era difícil dissociar o ator da
personagem. O filme também se tornou um trampolim para ele e seu método serem
utilizados em trabalhos de outros diretores.
Apesar do
sucesso do filme, a distribuidora do mesmo, que se chamava Sigma III, ficou com
80% do lucro e. em contrapartida, financiou, com um orçamento de 95 mil dólares,
o novo filme de De Palma e Hirsch que se chamaria Hi, Mom.
Texto de Eduardo Pereira
O enredo do
longa gira em torno da estória de três jovens nova-iorquinos que são convocados
(ou forçados) pelo exercito americano para lutar no Vietnã. Entretanto, um dos
jovens decide que não quer servir aos interesses do governo americano e tenta,
com ajuda dos amigos, encontrar uma solução para que isto não aconteça. Os
personagens são vividos pelos atores Jonathan Warden (Paul Shaw), Gerritt
Graham (Lloyd Cray) e Robert De Niro (Jon Rubin). Este é o primeiro papel
principal de Robert no cinema. Na realidade, o filme tenta mostrar, a partir da
vida das personagens principais, o turbilhão de problemas que os jovens da
sociedade estadunidense viviam por causa de uma guerra sem sentido, os quais se
expressavam na forma de uma paranóia onde sexo, violência e tragédia traçavam o
horizonte sem perspectivas da juventude estadunidense dos anos 1960.
De Niro em Saudações: seu primeiro protagonista
O filme foi lançado oficialmente no circuito de cinemas dos Estados Unidos no ano de 1968, com um relativo sucesso perante o público local. Alem de dirigir, De Palma montou o filme e foi co-roteirista, juntamente com Charles Hirsch – que também era produtor. No ano seguinte ao seu lançamento, o filme foi premiado com o Urso de Prata no Festival Internacional de Berlim e considerado pelos críticos europeus como sendo o filme americano que se assemelhava a Masculino-Feminino (Masculin, Feminin, França, 1966), do cineasta frances Jean-Luc Godard. Segundo Brian De Palma, a película de Godard foi utilizada como modelo para Saudações. Mas também podemos ver no filme sua outra grande influência: o suspense à la Hitchcock, que seria marcante em sua produção posterior para os grandes estúdios Hollywoodianos.
Saudações
custou a bagatela de U$$ 43 mil, sendo U$$ 20 mil oriundos de recursos de Charles
Hirsch e os outros U$$ 23 mil vindos de um empréstimo bancário. Mesmo sendo
considerado um filme underground
experimental (que coisa, né?) conseguiu arrecadar U$$ 150 mil. Uma grande
proeza para um filme feito por pessoas muito jovens e inexperientes.
Para De Niro,
o filme se tornou importante porque nele o ator criou um método por ele
denominou como improvisação controlada, no qual ele procurava incorporar
totalmente a personagem que interpretava, tanto na linguagem corporal como na
emocional, não precisando com isso decorar textos e sim criar em cima das
situações descritas no roteiro. Tal método possivelmente é tributário das aulas
de interpretação que De Niro teve com Stella Adler que lhe apresentou o chamado
Method Acting (na verdade o método criado pelo russo Stalislawski) que era empregado por atores como Marlon Brando e Motgomery
Clift, os quais, diferentemente de outros atores de cinema norte-americanos,
conseguiam interpretar tão bem seus papeis que era difícil dissociar o ator da
personagem. O filme também se tornou um trampolim para ele e seu método serem
utilizados em trabalhos de outros diretores.
Apesar do
sucesso do filme, a distribuidora do mesmo, que se chamava Sigma III, ficou com
80% do lucro e. em contrapartida, financiou, com um orçamento de 95 mil dólares,
o novo filme de De Palma e Hirsch que se chamaria Hi, Mom.
Texto de Eduardo Pereira
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