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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Fúria

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Na próxima sexta-feira, dia primeiro de fevereiro de 2013, o Grupo XXIV Quadros orgulhosamente apresenta a mostra Fritz Lang: o poeta do medo. Esta é uma rara oportunidade de vislumbrar a obra do mestre alemão em sua fase mais (injustamente) incompreendida e numa mostra exclusiva, sobre a qual não se tem notícia na capital alencarina nos últimos anos. Cartaz da Mostra: concebido por Eduardo Pereira   O filme que abre a mostra, Fúria, de 1936, foi também o debut de Lang no cinema americano e pode ser entendido como uma tentativa de compreensão do modo de vida do povo ao qual deveria se assimilar, isto é, o norte-americano. O conhecido temperamento difícil de Lang rendeu desentendimentos com Spencer Tracy, protagonista do longa e a crítica virou-lhe as costas, achando que este era um filme "menor" em relação àquilo que o cineasta realizara em solo alemão. A perspectiva histórica lançou novas luzes sobre esse e outros trabalhos hollywoodianos de Lang, hoje considerados

Sobre Zózimo Bulbul

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Num país onde até hoje é difícil lidar com a questão "racial" - lamento ter que empregar essa terminologia pseudocientífica para falar sobre a diversidade humana - e com o sucesso individual, a morte de um ator e diretor bem-sucedido, de nome estranho e (ainda por cima) negro pode não representar grande coisa, especialmente quando consideramos o papel subalterno reservado para os atores de pele escura no meio audiovisual brasileiro.   Zózimo Bulbul foi o primeiro protagonista negro de uma telenovela brasileira. Em "Vidas em Conflito", exibida pela extinta Excelsior, encarnava Rodney, com o qual Cláudia, vivida por Leila Diniz, se envolvia para castigar a mãe, sua rival  na disputa pelo branco Walter, interpretado pelo ator Paulo Goulart. Algumas anos antes, estrelou um dos cinco episódios do filme Cinco Vezes Favela, de Cacá Diegues. Mas Bulbul não foi pioneiro apenas no mundinho audiovisual tupiniquim. Foi também o primeiro modelo negro a desfilar para uma gri

Fritz Lang: o poeta do medo

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Conhecido pelo temperamento difícil, o austríaco Friedrich Anton Christian Lang, ou simplesmente Fritz Lang (1890 - 1976), é tema da mostra de fevereiro do Grupo XXIV Quadros. Focando a fase americana da sua carreira - entre os anos de  , certamente a mais incompreendida pela crítica "especializada" da época, a mostra apresenta o melhor do período, como os longas Fúria (Fury, 1936), Almas Perversas (Scarlet Street, 1945) e Os Corruptos (The Big Heat, 1953)   Judeu de origem abastada, com formação em artes plásticas e arquitetura e um dos principais nomes do Expressionismo alemão, Lang teve uma vida ao mesmo tempo rica e atribulada: conheceu diversos países, lutou e feriu-se gravemente durante a Primeira Guerra Mundial, perdeu a primeira esposa em razão do suicídio da mesma e a segunda para o nazismo, com o qual, apesar do convite para presidir a UFA (estatal cinematográfica alemã), feito pelo próprio Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, preferiu não colaborar, fugind