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Mostrando postagens de agosto, 2013
MOSTRA DE SETEMBRO DEDICADA AO CINEMA NOIR. Um dos estilos mais famosos e mais influentes da história do cinema, o noir será o grande homenageado da mostra realizada pelo cineclube 24 quadros no mês de setembro. Considerado por muitos o mais americano dos gêneros cinematográficos, ao lado do faroeste, o noir teve o seu auge nos anos 40 e 50. Criado por novos cineastas de talento surgidos na América e pela leva de diretores estrangeiros que migraram para os EUA durante a Segunda Guerra Mundial, essa forma de fazer cinema é descendente direta do expressionismo alemão e da literatura policial americana dos anos 30, que revelou ao mundo grandes escritores como Dashiel Hammet e Raymond Chandler. O primeiro grande sucesso do novo estilo veio em 1941, com o clássico O falcão Maltês  ( Maltese Falcon, EUA, 1941), dirigido pelo então jovem John Huston (1906-1987) Usando constantemente um tipo de fotografia que ressaltava o contraste entre o claro e o escuro e se utilizava de

EU (DES) INDICO

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A partir de hoje o blog do Grupo 24 quadros inaugura sua nova coluna, dedicada a desindicar (sic) filmes que podem lhe matar de raiva ou de tédio. Pensando na longevidade dos frequentadores de cinema e na saudável crítica ao que se chama (pretensiosamente) de "filme de arte", nosso colaborador, Eduardo Pereira, apresentará algumas das produções mais, digamos, "esquecíveis" da cinematografia mundial e já começa com a prata da casa, Glauber Rocha, e seu incensado Deus  e o Diabo na Terra do Sol Por Eduardo Pereira Em 1964, estreava, em alguns cinemas brasileiros, Deus e o Diabo na Terra do sol , dirigido por Glauber Rocha – que se autodenominava cineasta – e que teve um desempenho pífio nas bilheterias. Esse filme entrou para os anais da (des) indicação por sua pretensão e falta de sentido. O tema da película é o cangaço, por assim dizer, utilizando a figura do lendário Corisco (1907-1940), o “Diabo louro”, que fez parte do bando de Lampião, em um filme

CIGARETTE BURNS: PARECE CONTO DE FADAS: O PIOR É QUE NÃO É

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Era uma vez um país onde cinema era uma atividade de poucos. Lá, o Estado era todo-poderoso, assaltava a população com todo tipo possível e imaginável de imposto e, de quebra, não dava quase nada em contrapartida. Ou melhor, dava: como fora criado com base na desigualdade e na injustiça sociais, os governantes daquele nowhere (mesmo?) vislumbraram a oportunidade de criar políticas públicas "compensatórias" voltadas à maior parte da população, dando algumas migalhas à troco de nada, já que dinheiro público não deve satisfação à ninguém mesmo.  E o que isso tem a ver com cinema? Simples. O governo resolveu elaborar uma política de fomento ao mesmo com base em leis de incentivo fiscal ou na concorrência em editais públicos. Isto é o que se chama, em bom malandrês, "financiamento público da cultura", o que, pelo menos naquele fabuloso país, significava alimentar a vagabundagem de um séquito de "artistas" e "produtores culturais" incapazes de

Sobre Amor à primeira vista

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Amor à primeira vista: um pequeno filme de um grande elenco O clima é nostálgico. Tudo lembra uma antiga telenovela: a maquiagem, os cortes de cabelo, a trilha musical - com uma overdose de arranjos de teclado. E, para melhorar o negócio, a história começa na gelada Nova York às vésperas do Natal. Nada mais romântico e inspirador.  Que atire a primeira pedra quem nunca idealizou um cenário assim para se apaixonar. Até casais brasileiros de novela das oito já peruaram pela capital do mundo - que o digam a malévola Raquel e o bobo Marcos, os recém-casados de Mulheres de areia (1993) -, com direito à Let it be me (Ouriel version) como background.  Mas estamos falando de um filme, mais um filme de amor, não fosse um detalhe: um casal de atores fora de série vive as personagens principais. Se Amor à primeira vista ( Falling in love, EUA, 1984) soa datado da primeira à última sequência (destaque para a cena em que a personagem de Meryl Streep experimenta cafonérrimas ombre

CIGARETTE BURNS: CERTAS COISAS

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A partir de hoje o blog do Grupo 24 Quadros inaugura sua primeira coluna fixa, Cigarette Burns, dedicada a abordar temáticas ligadas ao universo do cinema e do audiovisual com espírito crítico, mas com generosa dose de bom humor Por Gabriel Petter Há poucos dias assisti ao primeiro filme de Brian de Palma, Greetings, lançado em 1968. Pela primeira vez um filme conseguiu provocar uma crise de riso desesperado em mim. Os 89 minutos do longa estenderam-se por uma eternidade, marcada por uma direção caótica, atuações que beiram o amadorismo (apesar do bom elenco), um roteiro sem pé nem cabeça e situações que, de tão absurdas, deveriam ser engraçadas - não são. Mas a produção B de De Palma e cia. é o de menos. Pode-se muito bem passar sem ela. Ninguém é obrigado a assistí-la e ainda há o desconto da mesma ser uma obra histórica, um filme (ruim) de início de carreira de um futuro bom diretor e de um futuro excepcional ator - Robert de Niro. O mais grave é perceber como certas idi

Memória: 10 ANOS SEM CHARLES BRONSON

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No próximo dia 30 de agosto completam-se os dez anos do falecimento do ator norte-americano de origem lituana Charles Dennis Buchinsky, mais conhecido por Charles Bronson, o inesquecível protagonista da sequência Desejo de Matar. Quem nunca assistiu, ou pelo menos riu consigo próprio, quando a Globo, nas suas (saudosas) noites de domingo, reprisou mais um dos vários filmes protagonizados pelo eterno durão do cinema de muita bala e pouco papo, não sabe o que perdeu. Charles encarnou como poucos a figura fascinante do justiceiro e tem sua trajetória relembrada no nosso blog, em texto assinado por Eduardo Pereira Charles Bronson: o eterno durão dos filmes de ação A trajetória de Charles Bronson (nascido Charles Dennis Buchinsky) começou na década de 1950, em papéis tão modestos que nem eram dignos de figurar nos créditos. Na década seguinte, o ator começou a se destacar em filmes como Robur, o conquistador ( Master of the world, EUA, 1961), Fugindo do inferno ( The great

Cinema do mundo: entrevista com Banker White

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Um dos destaques do último Festival de Tribeca, The Genius of Marian, do norte-americano Banker White, confronta nossos conceitos acerca de doença, velhice e amor. No longa, que deve aportar no Brasil nos próximos meses, Banker nos mostra a lenta degenerescência de sua mãe, Pam White, portadora do Mal de Alzheimer, Marian, avô do diretor e artista renomada, cuja memória Pam pretendia perpetuar em livro, até que sua própria memória lhe traísse e minasse seus planos The Genius of Marian: uma história de amor e coragem O Mal de Alzheimer (também chamada Doença de Alzheimer) é uma doença neurodegenerativa que atinge cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo dados oficiais, há pelo menos um milhão de portadores da doença no Brasil, onde a mesma é a principal causa de demência - em medicina, esse termo significa declínio adquirido, persistente, em múltiplos domínios das funções cognitivas e não cognitivas.  Embora importantes, essas informações não dimensi