100% Michael Madsen



Ator de tipos? Canastrão ou um dos originais da sua geração? Que você decida: neste mês, o Grupo 24 Quadros dedica uma mostra exclusiva ao americano Michael Madsen. As exibições começam nessa sexta-feira, dia 4 de abril e se estendem por todo o mês. Eduardo Pereira, curador da mostra e fã confesso de Madsen, nos apresenta, nesse primeiro texto, um perfil do eterno Mr. Blonde de Cães de Aluguel

 
O diabo não é tão feio quanto parece: Michael Madsen é um homem sensível, amante da poesia, do teatro, do cinema, da fotografia, enfim, das artes em geral

Por Eduardo Pereira 
 
Michael Madsen, nasceu Michael Soren Madsen, em 25 de Setembro de 1958, em Illinois, Chicago. Sua mãe era escritora e seu pai um simpático bombeiro que gostava muito do filho. Seus avós paternos eram de origem dinamarquesa e a família de sua mãe tinha parentes de origem inglesa, escocesa, alemã e até indígena. 

Madsen era um garoto extrovertido e por isso participava ativamente de atividades esportivas e (principalmente) culturais na escola. O que mais gostava de fazer era ler poesia e interpretar pequenos papeis nas montagens escolares. Sua irmã Virginia Madsen (também atriz atualmente) era sua parceira constante. Entretanto, sua primeira incursão profissional como ator, só se deu na segunda metade da década de 1970, quando ingressou, na condição de aprendiz,  na Companhia de Teatro Steppenwolf  de Chicago que foi fundada em 1974, por Garry Sinise , Terry Kinney e Jeff Perry. John Malkovich foi o tutor de Madsen, ensinou-lhe a buscar um modo de interpretação mais pessoal. Michael fez diversas peças em Steppenwolf, as quais se tornaram verdadeiros laboratórios para a sua formação como ator profissional.

No começo da década de 80, Madsen decidiu tentar a vida no cinema, por isso procurou um agente e realizou diversos testes, a maioria fracassados.  Até que, em 1983, foi chamado por Edwrd McDougal, produtor e diretor de filmes cristãos que ficou conhecido por bancar películas que tivessem por mote o combate às drogas para atuar em Against all Hope. Após esse pequeno trabalho, Madsen ainda passou por pontas em produções televisivas. Em 1984, resolveu se mudar para Los Angeles, onde pouco depois teria a oportunidade de contracenar com Robert Redford em The Natural (EUA, 1984). Entretanto, na terra do cinema, continuaria com a rotina de participações e personagens inexpressivos em produções cinematográficas idem.

A sorte começou a virar para Madsen em 1992, quando um certo Quentin Tarantino, até então um diretor desconhecido, o convidou para integrar o elenco do explosivo Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, EUA, 1992), onde Michael usava o corpanzil e a cara de poucos amigos para dar vida à Mr. Blonde, ladrão com perfil psicótico. Além de projetar definitivamente Tarantino no cinema mainstream estadunidense, o referido filme, um dos mais impactantes da década de 1990, lançou luzes sobre a maior parte do seu elenco, Michael Madsen incluso, recebendo elogios da crítica especializada. Tarantino o escolhera impressionado pela atuação de Michael em Kills me Again (EUA, 1989), no qual o ator vivia um assassino completamente enlouquecido e lhe deu de presente uma das sequências mais fortes de Cães de Aluguel, na qual Mr. Blonde corta, à navalhadas, a orelha de um policial. Apesar da aparente naturalidade da cena, Madsen relutou muito antes de fazê-la.

Após  o sucesso em Cães de Aluguel, o ator passou a receber convites para participar de filmes classe A, como Free Willy (EUA, 1993), Whatt Earp (EUA, 1994) e Donnie Brasco (EUA, 1997), onde atuou ao lado de Johnny Deep e Al Pacino. Assumiria o personagem Vicent Vega, em Pulp Fiction: Tempo de Violência (Pulp Fiction, EUA, 1994), não fossem os ensaios para Whatt Earp. Azar o dele: o então decadente John Travolta ficou no seu lugar.

Depois da safra de filmes milionários, Madsen resolveu dar um tempo e se dedicar a trabalhos menores. Atuou no seriadoVengeance Unlimited, da ABC, que durou apenas uma temporada. Na primeira metade da primeira década do novo milênio, trabalhou em grandes produções, como 007: Um Outro dia Para Morrer (Another Day to Die, ING, 2002) e Sin City (EUA, 2005), baseado na obra homônima de Frank Miller. Após o que se dedicou a trabalhos de orçamentos mais modestos e outras atividades, como emprestar a voz para documentários e jogos de video game, além do lançamento de obras em outras áreas, como a poesia e a fotografia. Atualmente, encerrou as filmagens de uma película sobre um magnata dos cassinos.

Por tudo isso - além de outras informações não contempladas no pequeno espaço desse texto - que o Grupo 24 Quadros dedica uma mostra exclusiva a um dos mais queridos e controversos atores norte-americanos da sua geração. O CINEMA ESCROTO DE MICHAEL MADSEN apresentará ao público uma seleção com o melhor da filmografia do eterno Mr. Blonde, durante todo o mês de abril, na Vila das Artes.

Comentários

  1. Valeu Eduardo pelo comentário... só não entendi direito porque você o rotula de controverso, mas amanhã explica pra gente...

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